Justiça dos EUA propõe acordo a Boeing sobre acidentes que mataram 346, diz advogado de famílias

Departamento de Justiça faz oferta para evitar julgamento relacionado a acidentes ocorridos em 2018 e 2019

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Washington | AFP

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos ofereceu ao grupo Boeing um acordo judicial que permitiria evitar um julgamento relacionado a dois acidentes fatais do modelo de avião 737 Max, informou um advogado das famílias das vítimas.

Os detalhes do acordo, que obriga a Boeing a pagar uma multa e a aceitar uma supervisão externa, foram comunicados às famílias em uma apresentação do Departamento de Justiça no domingo, disse Paul Cassell, professor de Direito da Universidade de Utah, que representa os parentes de diversas vítimas.

Destroços do Boeing 737 Max, operado pela Lion Air, que caiu na Indonésia e matou 189 pessoas
Destroços do Boeing 737 Max, operado pela Lion Air, que caiu na Indonésia e matou 189 pessoas - Willy Kurniawan - 29.out.2018/Reuters

A companhia é investigada por dois acidentes que mataram 346 pessoas. Em outubro de 2018, um modelo da aeronave comprado pela Lion Air caiu na Indonésia, sem causa aparente. Cinco meses depois, outro 737 Max, agora operado pela Ethiopian Airlines, caiu na Etiópia.

Cassell destacou que as famílias devem expressar "oposição veemente" ao acordo se a Boeing aceitar a proposta e esta for apresentada a um juiz.

Procurada pela AFP, a Boeing não fez comentários.

O jornal The New York Times informou há uma semana que os promotores estavam considerando um acordo alternativo do tipo, conhecido como acordo de acusação diferida, mas o Departamento de Justiça ainda não havia tomado uma decisão.

Em maio, o Departamento de Justiça concluiu que a Boeing poderia ser processada por violar um acordo diferido anteriormente sobre os acidentes fatais que mataram 346 pessoas.

Sob este acordo de três anos, a Boeing concordou em pagar US$ 2,5 bilhões para encerrar as acusações de fraude relacionadas à certificação do 737 Max.

Mas a fabricante voltou a ficar no centro das atenções após o incidente de 5 de janeiro, quando um 737 Max, operado pela Alaska Airlines, foi obrigado a fazer um pouso de emergência depois de perder uma tampa da porta do avião durante o voo.

O incidente de janeiro deixou os processos de fabricação da Boeing novamente sob a mira dos reguladores e do Congresso.

As famílias das vítimas exigem que os promotores federais levem a Boeing a julgamento, sem outro acordo.

Porém, os promotores também enfrentam pressões para não prejudicar ainda mais a Boeing, considerada uma empresa crucial para a indústria aeronáutica americana e para a segurança nacional.

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